Neurocirurgia
A Neurocirurgia é uma especialidade focada no atendimento a pacientes adultos e pediátricos no tratamento de dor ou processos patológicos que podem modificar a função ou atividade do sistema nervoso central (por exemplo, cérebro, hipófise e medula espinhal), do sistema nervoso periférico (por exemplo, nervos cranianos, espinhais e periféricos), do sistema nervoso autônomo, as estruturas de suporte desses sistemas (por exemplo, meninges, crânio e base do crânio e coluna vertebral) e seu suprimento vascular (por exemplo, intracraniano, vasculatura extracraniana e espinhal).
A área contempla o atendimento de condições complexas e vitais, permitindo não só o tratamento, mas que as capacidades produtivas e cognitivas dos pacientes sejam preservadas e até mesmo restabelecidas. As condições tratadas vão desde malformações congênitas neonatais à tumores benignos, problemas vasculares cranianos, além de traumas na cabeça e coluna, consideradas as principais causas de mortalidade por traumas na atualidade.
A evolução científica e clínica alçou a especialidade a ocupar um papel central no tratamento associado de diversas áreas da Medicina, como ortopedia, ginecologia, oncologia, geriatria, pediatria e psiquiatria. Condições como a hérnia de disco cervical e lombar, doenças degenerativas da coluna; fraturas traumáticas de coluna, fraturas da coluna por osteoporose e dor crônica, usualmente necessitam da abordagem conjunta com o neurocirurgião.
Embora seja fundamentalmente uma disciplina cirúrgica, a Neurocirurgia requer conhecimentos de Neurologia, Cuidados Intensivos, Cuidados de Trauma e Radiologia.
Um número significativo de pacientes atendidos pelo neurocirurgião é tratado com opções não cirúrgicas que podem incluir terapias intervencionistas médicas, físicas ou minimamente invasivas.
O neurocirurgião, por sua vez, precisa dominar em profundidade a anatomia do cérebro e do Sistema Nervoso Central, Periférico e Autônomo. Por esse motivo, a Neurocirurgia é considerada uma das áreas de especialização mais complexa da Medicina na atualidade, exigindo cerca de no mínimo 5 anos de treinamento, estudos e prática.
Por ser uma especialidade jovem, a neurocirurgia está evoluindo rapidamente. Uma tradição importante no campo é a rápida evolução científica, disseminação de novas ideias e técnicas e tecnologia. Os constantes avanços exigem que os neurocirurgiões perpetuem uma lógica de aprendizado contínuo, atualização de conhecimentos científicos e habilidades.
A Neurocirurgia irá desempenhar um papel vital no combate tanto do derrame hemorrágico quanto do isquêmico, bem como os problemas ainda relativamente não resolvidos de distúrbios da coluna e dor no mundo em desenvolvimento.
Parte importante dessas atualizações se deram durante a pandemia do novo coronavírus, quando neurocirurgiões tiveram a curva de aprendizado ainda mais intensificada, assumindo com grande ênfase o cuidado neurológico crítico de pacientes com Covid-19. Para além do diagnóstico e os protocolos de tratamento de pacientes com o vírus, os profissionais precisaram estar atentos à avaliação de doenças neurológicas, como acidente vascular cerebral, estado epiléptico, doenças neuro imunes e neuromusculares, muitas delas decorrentes de sequelas do próprio vírus, que ainda estão sendo estudadas pela comunidade científica.
Além do cenário pandêmico, o aumento da expectativa de vida e o estilo de vida moderno leva ao surgimento de novos desafios e condições neurológicas, que exigem abordagens cirúrgicas importantes. Um grande exemplo é o aumento no número de quadros de AVCs, que de acordo com alguns estudos internacionais, deve tornar-se a principal causa de morte nos países em desenvolvimento durante a próxima década.
Todos esses dados reforçam a importância cada vez mais significativa da Neurocirurgia nos cuidados mais diversos com a saúde da população e sua evolução etária.